sábado, 30 de junho de 2012

Como o iPhone mudou o rumo dos smartphones

 Com mais de 100 milhões de aparelhos vendidos, o iPhone é certamente o smartphone mais popular do mundo, e vem abalando o universo dos telefones móveis desde que foi lançado, em 2007. Hoje, dia 29 de junho, o aparelho comemora cinco anos de existência, considerando a data de chegada do primeiro modelo ao mercado. Assim, o TechTudo criou um especial mostrando as principais inovações que o aparelho trouxe ao ramo da tecnologia desde seu lançamento até hoje.
Um design que virou padrão
Detalhes do design do iPhone são copiados por muitas fabricantes ainda hoje (Foto: Allan Melo / TechTudo)
Detalhes do design do iPhone são copiados por muitas fabricantes ainda hoje (Foto: Allan Melo / TechTudo)


Uma das grandes marcas deixada pelo iPhone foi a idealização do seu desenho como o básico dos smartphones. Com uma aparência moderna e elegante ao mesmo tempo, somado a tamanho e espessuras ideais para o conforto do usuário, o design do modelo ditou a moda de todos os vários aparelhos que viriam em seguida. Até mesmo a tendência atual de testar novos tamanhos, formas e cores vem de uma preocupação de se afastar do desenho do iPhone.
A aparência do celular foi tão acertada que a Apple se utiliza praticamente do mesmo design até hoje, em todas as gerações do smartphone, só alterando pequenos detalhes. E, como não podia deixar de ser, os concorrentes também adoram copiar...
O fim das canetas stylus
A chegada do iPhone não impressionou pela presença da Internet Wi-Fi ou de um sistema operacional próprio, pois tais funções já existiam até nos chamados palmtops e nos aparelhos BlackBerry. O grande atrativo do smartphone era a presença de uma tela multi-touch que ocupava quase toda a frente do modelo e recebia comandos diretamente dos dedos, sem a necessidade de uma caneta stylus.
O iPhone chegou a fazer as canetas Stylus sumirem do mercado por um tempo (Foto: Allan Melo / TechTudo)
O iPhone chegou a fazer as canetas Stylus sumirem do mercado por um tempo (Foto: Allan Melo / TechTudo)


"Ninguém quer uma stylus. Você tem que pegá-la, guardá-la, pode perdê-la... Não. Nós vamos usar o melhor acessório de apontar do mundo, e todos nós já nascemos com 10 deles. Nós vamos usar nossos dedos", disse Steve Jobs durante o keynote de apresentação do primeiro iPhone, em janeiro de 2007.
Claro que o aparelho trazia muitas outras inovações que na eram época incríveis, como o sensor gravitacional e a interação com o Google Maps. Mas a função do iPhone que viria a ser a mais revolucionária para o progresso dos smartphones só viria depois, e fora do controle de Steve Jobs...
O surgimento dos aplicativos
O primeiro modelo do iPhone, por incrível que pareça, não contava com os aplicativos, hoje tão comuns até nos celulares mais simples. Até tinha alguns recursos, como calendário e mp3 player, mas nada parecido com a atual variedade de programas. No entanto, ao contrário do que pode se pensar, a ideia de encher o smartphone de programinhas de diversos tipos não veio de Jobs, nem de qualquer executivo da Apple. Ela surgiu de uma iniciativa dos hackers.
A disponibilidade de aplicativos é um dos requisitos básicos para definir se um celular é ou não um smartphone (Foto: Allan Melo / TechTudo)
A disponibilidade de aplicativos é um dos requisitos básicos para definir se um celular é ou não um smartphone (Foto: Allan Melo / TechTudo)


Quando o iPhone se popularizou, muitos usuários perceberam que aquele era muito mais que um telefone misturado com iPod e com acesso à Internet. O aparelho era praticamente um computador de mão, com sistema operacional complexo e muitas capacidades. Assim, os programadores começaram a desenvolver alguns programas específicos para o celular da Apple. O porém é que, por ter uma plataforma fechada, só era possíveis instalar tais apps quando o sistema do iPhone era desbloqueado, ou seja, sofria um jailbreak.
Os executivos da Apple, obviamente, não iam deixar uma ideia tão boa passar em branco. Assim, em 2008, a companhia da maçã lançou loja de aplicativos App Store, integrada à loja de músicas virtuais iTunes, e passou a incentivar desenvolvedores a criarem programas próprios para o telefone. A prática de baixar apps de terceiros, então, só veio a se popularizar mesmo com a chegada do iPhone 3G, modelo que contava com um atalho para a App Store e ainda possuía, pela primeira vez, a conexão móvel por pacote de dados, o 3G.
O celular substitui a máquina fotográfica
As câmeras compactas aos poucos foram substituídas pelas versões integradas nos celulares. Não faz mais sentido levar um aparelho extra para tirar fotos, já que é possível fazer ótimas imagens usando o próprio celular. No site de compartilhamento de fotografias Flickr, por exemplo, os smartphones têm tanto destaque quanto as câmeras profissionais de marcas renomadas. O iPhone vai além, e hoje figura entre os dispositivos mais utilizados para fazer fotografias. Mas nem sempre foi assim.
O mercado de compactas sofreu com a adoção de câmera em smartphones (Foto: Allan Melo / TechTudo)
O mercado de compactas sofreu com a adoção de câmera em smartphones (Foto: Allan Melo / TechTudo)


Em 2007, quando foi lançado o primeiro modelo do smartphone da Apple, não foi dada muita importância para a câmera do aparelho. Steve Jobs preferia investir muito mais em novas funções para o celular do que em uma câmera avançada. Ainda assim, o iPhone original chegou às lojas com uma câmera de 2 megapixels, que não fazia grandes fotos, mas marcava sua presença no aparelho e começou a ganhar o interesse dos usuários.
Atualmente, a câmera é parte fundamental de qualquer smartphone, e alguns dos aplicativos mais populares são justamente os que tratam e compartilham imagens, como o Instagram e o Pinterest. Se antes os anúncios da Apple divulgando seus celulares não davam muito destaque à câmera, hoje é fácil perceber que isso mudou, já que o sensor de 8 megapixels é um dos maiores chamarizes do iPhone 4S.
Conversando com o celular
Lançado em 2011, o iPhone 4S chegou como uma versão perfeita do celular da Apple: contava com especificações top de linha, tela Retina com imagens impressionantes e, o mais importante, com a marca do smartphone mais popular do mundo. Porém, a inovação que mais marcou o modelo foi a inclusão de um assistente pessoal virtual que obedece os comandos do usuário por meio da voz: a Siri.
A função não é só capaz de responder perguntas objetivas, como "quais os melhores restaurantes deste local?", ou comandos diretos como "ligue para alguém". Ela também tem a capacidade de interagir com mensagens mais pessoais, como "Eu te amo", por exemplo, transformando o smartphone em um verdadeiro companheiro.
As utilidades e a curiosidade de se ter um assistente virtual no telefone atingiu os demais modelos de celular também, e outros aplicativos semelhantes já foram desenvolvidos pelas empresas concorrentes para levar recursos parecidos com o Siri aos sistemas Android e Windows Phone. É possível afirmar até que a existência de um assistente virtual já seja uma função obrigatória em qualquer novo smartphone top de linha que possa vir a surgir no mercado.
A legião de fãs do iPhone
Fila de fãs para comprar o iPhone no dia do lançamento (Foto: Reprodução/Cnet)
Fila de fãs para comprar o iPhone no dia do lançamento (Foto: Reprodução/Cnet)


Como havia premeditado Steve Jobs na apresentação do primeiro modelo do iPhone, o aparelho revolucionou a indústria dos celulares. O que é surpreendente, porém, é a quantidade de fãs incondicionais que o aparelho angariou. A cada novo modelo lançado, filas enormes são formadas na porta das Apple Stores, repletas de usuários que necessitam ter os aparelhos antes de todos. 
Essa devoção só fica mais forte com a chegada de outros membros da família iOS, como o iPad e a Apple TV. A empresa da maçã vem juntando fãs que compram todos os seus produtos e ainda os defendem ferrenhamente contra qualquer concorrente.
A cada nova notícia a respeito do próximo iPhone, não só estes entusiastas, mas qualquer um ligado em tecnologia fica atento para saber qual é a próxima grande inovação com a qual a Apple vai surgir.